A corrida pela Prefeitura de Aracaju sofreu um forte abalo com o pedido de inelegibilidade contra Luiz Roberto (PDT), protocolado no Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE) sob o número 0801129-41.2024.6.25.0000. O pedido foi formalizado após revelações feitas pelo senador Rogério Carvalho (PT), que apontou que Luiz Roberto foi demitido por justa causa da Petrobras, em 2019, por envolvimento em práticas de favorecimento e desvio de recursos públicos.
O processo administrativo da Petrobras indica que Luiz Roberto, em sua função de chefia na estatal, teria manipulado patrocínios para beneficiar uma empresa de propriedade de seu irmão, Téo Santana. O esquema envolvia a liberação de verbas destinadas a eventos promovidos pela Fama Eventos, empresa ligada à família. Segundo os documentos revelados, e-mails trocados entre Luiz Roberto e Téo comprovam a tentativa de desviar recursos públicos para interesses privados.
Com base na Lei Complementar nº 64/1990, conhecida como Lei da Ficha Limpa, o pedido de inelegibilidade argumenta que servidores públicos demitidos por justa causa, por atos de improbidade administrativa, estão impedidos de disputar cargos eletivos por até oito anos. Se o TRE-SE acatar o pedido, Luiz Roberto poderá ser afastado da disputa antes mesmo de chegar às urnas, jogando a campanha do PDT em um cenário de incerteza.
A revelação sobre o passado de Luiz Roberto gerou reações imediatas nos bastidores da política sergipana. Para a oposição, a denúncia reforça o discurso de que o candidato não é confiável e que sua gestão poderia ser marcada por práticas antiéticas. Um assessor de um candidato adversário, que preferiu não se identificar, comentou que “a população de Aracaju tem o direito de saber quem é Luiz Roberto e que ele foi demitido por quebra de conduta ética.”
A defesa de Luiz Roberto, no entanto, tenta reverter a situação, argumentando que ele foi vítima de perseguição política durante sua demissão e que o processo judicial movido por ele, que ainda está em andamento, pode mudar o desfecho. O caso, que corre em sigilo, busca anular a demissão por justa causa e reverter as acusações de favorecimento e corrupção.
Com o pedido de inelegibilidade agora nas mãos da Justiça Eleitoral, a campanha de Luiz Roberto enfrenta um dos seus momentos mais críticos. A decisão do tribunal pode mudar os rumos da eleição em Aracaju, abrindo espaço para novos cenários políticos na reta final da disputa pela prefeitura.