A recente declaração do governador Fábio Mitidieri (PSD), “eu nunca vi vocês trabalhar”, durante um evento de entrega de uma escola em Aracaju, gerou revolta entre os professores de Sergipe. A fala, direcionada à categoria que protestava por melhorias salariais, foi classificada como desrespeitosa pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe (Sintese), que exigiu um pedido de desculpas imediato.
O presidente do Sintese, Roberto Silva, convocou uma assembleia para o dia 9, reforçando a importância de união da categoria. Segundo ele, a fala de Mitidieri apenas agravou o clima de tensão em um momento crítico para os profissionais da educação, que lutam por valorização.
A situação fica ainda mais grave com o desempenho fraco de Sergipe no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). O estado, com uma nota de 5,4, está abaixo da média nacional de 6,0, e segue entre os piores do Brasil. A falta de avanço reflete que a gestão educacional em Sergipe está reprovada.
Enquanto isso, o governador lidera o ranking de salários entre os governadores, recebendo R$ 44.008,52 por mês, 34 vezes mais que a renda média dos sergipanos. Essa disparidade só aumenta o contraste entre a realidade enfrentada pela população e os privilégios da gestão estadual.
A educação em Sergipe, já marcada por deficiências estruturais e profissionais desvalorizados, enfrenta um futuro incerto. A falta de diálogo e de investimento adequado agrava os problemas, colocando em risco o desenvolvimento das futuras gerações.