Mulheres dominam a corrida pela prefeitura de Aracaju e protagonizam disputa histórica

Enquanto o Brasil vê apenas 15% de candidatas à prefeitura, Aracaju se destaca com cinco mulheres liderando a disputa pelo comando da cidade. Esse cenário, único entre as capitais, demonstra a força feminina na política local, com duas dessas candidatas ocupando as primeiras posições nas pesquisas.

A vereadora Emília Corrêa (PL) e a deputada federal Yandra (União), estão polarizando a corrida e se configuram como prováveis concorrentes no segundo turno. Essa polarização, no entanto, não apaga a relevância de outras candidatas como a Delegada Danielle Garcia (MDB), Candisse Carvalho (PT) e Niully Campos (PSOL), que seguem na luta por um lugar de destaque.

A diferença de Aracaju em relação ao cenário nacional é notável, sobretudo quando consideramos que, segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), apenas 91 municípios brasileiros já garantiram que terão uma mulher à frente do executivo em 2025. Em um universo de 5.569 municípios, esses números representam um avanço importante, mas ainda aquém do esperado para uma representatividade igualitária.

O sucesso da candidatura feminina em Aracaju se explica, em parte, pela trajetória e influência de suas principais concorrentes. Emília Corrêa, por exemplo, está há mais de dez anos como vereadora e sempre foi uma figura de oposição. Apesar de não ter conseguido aprovar projetos de grande destaque, ela segue trilhando nas pesquisas.

Por outro lado, Yandra, que assumiu o mandato de deputada federal em 2023, tornou-se um nome de peso em âmbito nacional. Primeira mulher a ser eleita deputada federal por Sergipe, Yandra rapidamente assumiu protagonismo como coordenadora do Observatório Nacional da Mulher na Política (ONMP) e presidente da Frente Parlamentar pelo Fortalecimento da Mulher. Durante sua gestão no Observatório, Yandra promoveu debates fundamentais para as candidaturas femininas, com destaque para os “Encontros do ONMP”, que abordaram temas como violência política e financiamento de campanha.

Em um dos eventos mais bem-sucedidos, realizado em abril de 2024 na Câmara dos Deputados, Yandra trouxe especialistas para debater as novas regras eleitorais do TSE, informando as pré-candidatas sobre seus direitos e deveres. Essas ações são reflexo de sua liderança e da crescente conscientização sobre a importância da representatividade de gênero na política.

A ascensão das mulheres em Aracaju também se dá em um momento de maior organização entre movimentos sociais e partidos, que têm investido em candidaturas femininas, refletindo o desejo da população por uma cidade governada com mais pluralidade e inclusão.

A batalha pelo comando da capital sergipana está apenas começando, mas uma coisa é certa: 2024 será o ano em que as mulheres irão decidir os rumos de Aracaju.

Da redação

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