Neste domingo, 27 de outubro, Emília Corrêa (PL) não só se tornou a primeira mulher eleita prefeita de Aracaju, mas também desafiou a estrutura governista liderada pelo governador Fábio Mitidieri. Emília conquistou 165.924 votos (57,46%), derrotando Luiz Roberto (PDT), que obteve 122.842 votos (42,54%), apesar de contar com o apoio das poderosas máquinas do governo estadual e da prefeitura de Aracaju. O resultado revela o desgaste e a falta de coesão dentro da base governista, desafiada pela crença de que a influência política e os recursos seriam suficientes para garantir a vitória.
Mitidieri apostou alto em Luiz Roberto, mobilizando lideranças, comissionados e até nomeando o seu secretário chefe da Casa Civil como coordenador da campanha. No entanto, o esforço foi insuficiente para reverter o cenário adverso do primeiro turno, quando Emília já havia sinalizado força expressiva.
Para o eleitor aracajuano, a busca por renovação, algo percebido desde 2022 com a votação de Valmir de Francisquinho, mostrou-se mais forte que os apoios tradicionais de Luiz Roberto, desestruturando a aliança que incluía líderes como Jackson Barreto, Valadares e o prefeito Edvaldo Nogueira.
A estratégia de aliança ampla, porém, acabou fracassando. Em contraste, Emília Corrêa capturou o sentimento popular ao se apresentar como uma liderança independente, descomprometida com “amarras do poder”, o que lhe garantiu uma base sólida entre eleitores insatisfeitos com a administração atual. Sua trajetória de críticas contínuas à gestão de Edvaldo Nogueira fortaleceu a percepção de que Emília seria a representante do sentimento de mudança.
A derrota coloca Mitidieri em uma posição delicada, já que sua popularidade vinha sendo questionada em virtude de confrontos com o Sintese, a “privatização da Deso” e o crescente descontentamento popular. Com Aracaju, seu principal colégio eleitoral, agora sob uma liderança de oposição, o governador enfrenta um cenário político difícil para 2026, que exige uma reavaliação de sua liderança e de seu modelo de governança, mudanças na articulação política e de governo é algo a ser considerado.