A prefeita eleita de Aracaju, Emília Corrêa (PL), terá diante de si um cenário crítico, especialmente na área de saúde pública, marcada por problemas estruturais e financeiros deixados pela gestão de Edvaldo Nogueira. A centralização dos recursos na Maternidade Lourdes Nogueira, que custa mais de R$ 7 milhões mensais e ainda carece de leitos de UTI, comprometeu diversos serviços essenciais. Emília precisará, junto à sua equipe, redesenhar essa estrutura, redistribuindo recursos para áreas cruciais que ficaram desassistidas, como exames para diagnóstico de câncer, enfrentamento da sazonalidade infantil e reabastecimento de medicamentos básicos.
Um dos principais desafios será remediar o impacto causado pelo remanejamento de verbas destinadas a serviços essenciais, que foram redirecionadas para manter a Maternidade Lourdes Nogueira, cuja importância para partos e emergências pediátricas é inquestionável. No entanto, a saúde de Aracaju não se resume apenas à maternidade. Outras prioridades incluem atender à demanda reprimida de consultas e exames, uma necessidade crônica em Aracaju. A nova prefeita precisará restabelecer o equilíbrio financeiro para garantir acesso a exames simples e complexos, cuja demora compromete diagnósticos e tratamentos.
Além disso, Emília enfrentará o desafio de atrair e manter profissionais da saúde, combatendo a atual falta de médicos e especialistas que agrava a situação de vulnerabilidade na saúde pública. Caso não solucione essas questões nos primeiros meses, o desgaste poderá impactar sua gestão, pois, na saúde, tudo é urgente e não pode esperar.
Emília Corrêa entra na gestão com a responsabilidade de restaurar a confiança da população e promover um uso mais transparente e eficaz dos recursos públicos. Em um cenário de crise e orçamento apertado, a nova prefeita terá que priorizar investimentos de impacto direto, equilibrando as finanças e reestruturando a saúde de Aracaju, para que a população finalmente tenha o atendimento digno e eficiente que merece.