A candidatura de Ronaldo Nazário à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está mergulhada em um turbilhão de conflitos de interesse que podem inviabilizar seu projeto. Sócio de Gabriel Jesus e gestor de mais de 20 jogadores por meio da Galáticos Capital, o Fenômeno tem influência direta sobre atletas em atividade, alguns deles convocados para a Seleção Brasileira. Essa conexão direta com jogadores e clubes fere o Código de Ética da entidade, que proíbe dirigentes de acumular funções ou vínculos que gerem vantagens econômicas próprias ou para terceiros.
O cenário se agrava com a relação de Ronaldo com o Cruzeiro, clube ao qual seguirá vinculado até 2035 como credor fiduciário. Embora tenha vendido sua participação na gestão, ele ainda terá direito a dividendos, lucros e ações do clube enquanto a dívida de R$ 600 milhões não for quitada. Além disso, sua parceria com a plataforma de apostas Betfair, rival direta da patrocinadora oficial da CBF, a Betano, levanta novas dúvidas sobre a compatibilidade de suas atividades empresariais com o cargo que almeja ocupar.
Apesar de garantir que está ciente das limitações e que agirá com transparência, Ronaldo enfrenta um impasse ético de grande proporção. A tentativa de conciliar seus negócios com a presidência da CBF não apenas desafia as normas internas da entidade, mas também coloca em xeque sua credibilidade para liderar o maior órgão do futebol brasileiro. Em um ambiente cada vez mais exigente por integridade e governança, a situação do ex-jogador expõe as complexas tensões entre os interesses privados e a responsabilidade pública no esporte.
Com informações do Metrópoles